DIÁRIO DE BORDO – MANGUE SECO


A viagem começa no embarque para lancha, a vista é fenomenal, além do encontro dos rios há um mundo de encantamento e mágica
-Moço, molha o cabelo? – Cair na água não era meu maior medo
- Não –  disse o moço da lancha sorrindo
O percurso é cheio de luz e beleza, vegetação de mangue e aratus completam o cenário. Com a mudança do rio, a velocidade muda e a água entra no barco...


-É a mudança de rio, a corrente faz isso – diz o moço da lancha penalizado com o meu rosto descrente... Esse rio não sabe o que é ficar horas em um salão, penso eu, mal sabendo que a beleza se apresenta com a alegria do percurso.
Descabelada, chego em terra firme;
Meus olhos felizes registram tudo...
Sorrindo vou caminhando

Vejo-me em uma colônia de pescadores... Casinhas coloridas, mercearia, mastruz brotando do chão...


Quem são essas pessoas? Como vivem?
A mocinha que me recepciona, fala que tem bastante gente que mora ali.
Paraliso diante de um senhor e sua tamanha habilidade tecendo uma rede de pescador


Em Mangue Seco, o tempo anda conforme a música, como uma dança.
O percurso continua no buggy, travessia por entre as dunas.


 Ao vento, sob a luz de tieta, meu cabelo bagunça. Não me preocupo mais. Em Mangue Seco, as preocupações são absolutamente desnecessárias.
Meu sorriso, mostrando os dentes revela que eu entendi a sabedoria do processo: A beleza se apresenta com a alegria do percurso.
Pergunto ao rapaz que dirige o buggy se é bom morar em Mangue Seco. Ele me diz que sim, que se conhece muita gente... E eu em busca de sossego. A vida é curiosa
Vida, no dicionário diz que seu sinônimo é colorido. Mangue Seco tem isso, eu posso pintar 200 telas, porque esse lugar me inspira. Lá é um festival de cores: coqueiros, dunas, casinhas coloridas, buggys de todas cores...
Vida, no dicionário, significa palpitação e bem estar... É com essa sensação que desço do buggy.

Uma moça sorridente me recebe, informando o cardápio... As pessoas são muito gentis
Ela me coloca em uma ótima mesa. No restaurante me servem um prato de camarão e me oferecem uma rede
Estou em Nárnia! :D
Depois de uma comida deliciosa, e de muito relutar, obrigações do mundo moderno lá fora me chamam... Preciso voltar. No caminho, visito uma lojinha:
-O que é isso?
- xixi de tieta
-Ahm?
-Cachaça- diz o vendedor
(O nome não me agrada)
-Sorrio - O xixi de tieta fica para próxima.


Um sorvete de mangaba está de bom tamanho, feito da fruta. Minhas papilas gustativas agradecem... Uma viagem também tem que ser gustativa.
Converso com a comunidade local, os micos da região também me saúdam.
O por do sol me deixa nostálgica


Na volta, a tranquilidade e a paz de espirito me acompanham,
Nárnia existe.

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